segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Inventando na alimentação infantil

Essa foto não é o máximo? Adoro! Acho que já fiz uns mil filmes do meu filho comendo, dá gosto de ver!! O Joaquim é mesmo bom de garfo,ou melhor de colher. Fico toda boba,orgulhosa da cria e claro, já me acho uma super chef de bebês. Mas tem momentos em que tenho que plantar bananeiras e pular polichinelo, como hoje por exemplo que ele está gripado, ou respira ou engole, um tormento.

O campeão dos campeões são as frutas, ele simplesmente ama!! E nesse calor que tem feito no Rio, só papinha fresca mesmo para agüentar, eu só consigo comer salada, como ele ainda é novinho para isso vamos inventando dentro do possível. Aqui em casa hoje não pode faltar frutas na geladeira.

Uma compota que faz o maior sucesso é a de manga com banana, até entre os adultos. Enquanto cozinham juntas na panela a casa fica inebriada com um aroma doce de tirar qualquer um do serio. Outro dia estava cozinhando a tão famosa papinha no sitio que temos fora da cidade, minha mãe estava para receber uns amigos e precisava de uma sobremesa de urgência. Bom, lá no fim do mundo, onde o mercado mais próximo está há uns 8km em estrada de terra com muito buracos, tínhamos que nos virar com o que tínhamos na dispensa e no pomar. Sem pensar muito dividimos a compotinha em taçinhas individuais e colocamos para gelar, na hora de servir dilui uma geléia pronta de framboesa com um pouco de água para fazer um couli que coloquei por cima e decorei com uma micro folha de hortelã, ficou divino. O Joaquim é que não gostou muito de dividir o lanche com a galera, mas foi bem recompensado.

Essa compota pode ser congelada por até 2 meses, quando faço divido em potinhos e coloco no freezer para algum imprevisto futuro. Ela fica ótima também em cima do mingau de aveia ou com iogurte, ao servida simplesmente pura. Aproveitem o verão que é a estação oficial da manga, ela anda doce e suculenta, maravilhosa!!

Compota de manga com banana

Ingredientes:

1 manga madura (gosto da Palmer, mas Tommy também é pobre em fiapos)

1 banana grande (uso a prata ou a d’água)

Modo de preparo:

Lave bem todas as frutas e tire a casca. Corte a manga em cubos e a banana em rodelas.

Modo de preparo:

Coloque as frutas numa panela e cubra até a metade com água filtrada. Ferva e tampe, deixe cozinhar em fogo baixo por 10 minutos. Se quiser um compota bem lisa bata no processador, eu prefiro ainda meio pedaçuda, fica uma delicia!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

supermãe

Tenho pensado muito na minha mãe ultimamente, acho que o fato de hoje eu ter um filho me faz rever muita coisa. Sempre dizem que a gente só entende a mãe da gente quando vira mãe. Talvez seja verdade. Fiquei me lembrando de uma viagem que foi muito marcante para mim, quando estava morando em Paris, pois é já fui chique um dia, mas isso é papo para um outro dia. Bem, eu morava na cidade luz há mais ou menos uns 6 meses e minha mãe foi me visitar. Pela primeira vez eu iria receber minha mãe na minha casa, ela viria passar uns dias no meu apartamento, fiz questão de arrumar a casa toda, comprei flores e espalhei vários post-it pelas paredes e portas dando as boas vindas a minha visitante, pois quando ela chegasse eu queria que ela se sentisse a vontade, eu estaria na escola. Foi uma sensação super bacana. Ela ficou toda emocionada, cheguei com uma caixa de croissants e macarrons, mimos e mais mimos. E de lá saímos as duas para a Provance, alugamos um carro em uma cidade chamada Avignon e ficamos 4 dias rodando pelas estradas do interior da França. Pela primeira vez fui mãe da minha mãe, como dizia Vinicius de Moraes um dia a gente acaba tendo que cuidar de quem cuidou da gente. E ai a gente descobre que eles não são heróis, são gente de carne e osso, como a gente, com defeitos e qualidades. Pela primeira vez eu me senti responsável pela minha mãe, organizava o itinerário, fazia as reservas nos hotéis, dirigia o carro e me preocupava que ela estivesse bem, que fizesse todas as refeições, e aproveitasse a viagem ao máximo. Foi muito legal, pois eu pude crescer e ver minha mãe como uma mulher como eu. E agora a mãe sou eu. Como a vida é louca! Eu sempre quis ter um filho homem, achava que não iria suportar a rejeição de uma filha durante todos os anos da adolescência. Mas felizmente a gente cresce e amadurece e hoje penso até em fazer promessa para a próxima vir menina. Um casal é tudo de bom né? Pois é, ser mãe é uma aventura! Estou me redescobrindo na maternidade e agora que meu filhote já vai fazer 1 ano, estou me reaproximando da cozinha, então me aguardem!! Escolhi uma receita que me lembra muito meus tempos parisienses, e é uma das sobremesas preferidas da minha mãe. Ai vai uma homenagem a ela! Creme Brulé!! Salut!

Creme Brulee de baunilha

250ml Creme de leite

250ml leite

6 gemas

125g de Açúcar

1 fava de baunilha

Modo de preparo:

Numa panela ferva o leite com a baunilha partida na metade. Retire do fogo e cubra com papel filme para infundir por 5 minutos, quando estiver morno junte o creme de leite.

Numa vasilha bata suavemente as gemas com o açúcar. Vire a mistura morna sobre as gemas mexendo suavemente. Cuidado para que o leite não esteja muito quente. Eu costumo coar essa mistura, não é obrigatório, mas o creme fica mais fino. Leve a geladeira por 2 horas.

Coloque o creme em potes individuais e coloque-os em banho Maria já bem quente. Leve ao forno morno (130- 150C) por 35 minutos.O creme não deve ferver jamais para não desandar e permanecer untuoso. Uma dica para saber quando ficou pronto é balançar a tigela levemente, as bordas devem estar firmes e o meio ainda molinho. Retire do forno, deixe esfriar e coloque na geladeira. Na hora de servir polvilhe açúcar cristal e com um maçarico portátil caramelize o açúcar. É importante o creme estar gelado para ter o contraste de temperatura com a crosta crocante de caramelo. Servir imediatamente. Boa sorte e bon appetit!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As cozinhas da minha infância

A cozinha é o melhor lugar da casa! É onde as pessoas se reúnem para um papo informal, onde o tempo passa sem se vê e a família se junta. Me lembro com carinho das cozinhas da minha infância. Na minha casa de menina a cozinha era o ponto de encontro, tinha uma copa bem espaçosa com uma mesa que cabia toda família. Minha mãe fazia questão de servir um lanche às 5 da tarde, não estávamos no Reino Unido, mas imitávamos esse costume dos Ingleses. Era uma delicia bolo, pão de minuto, torrada ou um cafezinho, apenas um pretexto para sentar a mesa e comer alguma coisa. Ou quando chegávamos da night, no fim da adolescência, os amigos faziam um lanche da meia noite (na verdade das 2 ou 3 da manhã),e trocavam confidencias, se as paredes daquela cozinha tivessem ouvido com certeza iriam se divertir com os papos da galera. Outra cozinha presente na minha memória é a da fazenda do meu tio no interior de Minas, essa sim era descomunal de grande, e eu como era pequena tinha a impressão que ela era ainda maior. Me lembro bem das paredes escuras por causa da fumaça,o chão de pedra rústico e as portas duplas e altas. Logo na entrada ficava o fogão a lenha, feito de barro vermelho, bem comprido, com uma extensão onde se colocava as toras de madeira. A cozinha era dividida em 2 partes, a primeira era a principal onde estava o armário de louça, uma pequena dispensa, a geladeira e esse fogão. No fundo a direita estava a outra, que tinha 2 janelas para a horta, lá estava o forno de barro para assar o leitão inteiro e o tacho de cobre que ficava no chão cercado de brasa, para fazer os doces. Dá para imaginar como se comia bem naquele lugar. Fazia muito frio, principalmente a noite e todos se juntavam em volta do fogão a lenha para se esquentar e beber uma pinga local. Papo de fazenda rende, e se rende. Uma vez um primo do meu pai resolveu colocar os pés para cima depois de um longo dia de caminhadas nos pastos, e aquecê-los no fogão, sem perceber seus sapatos começaram a derreter por causa do calor, até hoje essa historia é motivo de muita risada na família. Hoje a minha cozinha é um terço dessas, ou talvez um quarto, vermelha e preta, com uma bancada de madeira, é o meu lugar preferido para reunir os amigos e papear enquanto preparo o jantar. Como esse espaço na internet, onde me sinto a vontade para filosofar sobre as trivialidades da vida e”cozinhar”, alimentando o físico, o emocional e o espiritual.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

vida nova

Já faz um tempão!! Foram quase 2 anos de muitas mudanças na minha vida e a cozinha ficou um pouco distante de mim nesse período. Chegou mais um membro na minha pequena família, agora temos o Joaquim, enchendo nossas vidas de alegria!! Ele ainda é um bebe fofucho, está com 10 meses, mais um guloso, come muito esse garotinho. Então nesse momento minhas aspirações gastronômicas estão voltadas para papinhas, e sucos diversos, tenho usado minha criatividade para apresentar o universo delicioso da comida ao meu filho. Tem sido uma tarefa diária, confesso que dá um trabalhão, mas estou me divertindo. Em breve posto algumas das delicias infantis por aqui. O maridão é que anda meio ciumento, por isso resolvi tentar voltar a cozinhar para adultos, tenho que agradar a todos lá em casa. Olha ser mãe no mundo de hoje é uma tarefa pra lá de difícil, ser mãe é ser super mulher, temos que conciliar as mil horas do dia que passamos trabalhando, com os horários que seu filho está acordado e ainda ter tempo de agradar sua mãe, seu pai, marido, amigos e a você mesmo . Ir a um cabeleireiro, pegar sol, ler um livro, se emocionar num bom filme. Sei lá, pra mim o tempo tem pesado muito. Já fiz até gráfico de pizza dos meus dias para tentar enxergar como eu estava dividindo minha semana entre as coisas importantes da minha vida. Uma loucura, nunca pensei que eu fosse dar tanto valor para essas coisas, sempre fui muito pratica, acreditava que o trabalho enobrecia o homem, agora acredito que enobrece o sexo masculino, não a raça humana. Para dar conta de tantos afazeres o dia tinha que ter mais horas. Na verdade não, elas deveriam passar mais devagar. A gente envelhece rapidinho, o meu recém-nascido já fala papa, onde está aquela criaturinha indefesa que assustava tanto a gente! Agora já é companherinho, sabe o que quer, dorme sozinho. Por isso não dá para contar as horas, torcer para que o dia passe rápido para chegarmos logo em casa, a vida já passa muito depressa. O tempo é que tem que ser empregado em coisas boas, e tornar as coisas chatas um pouco mais agradáveis. Temos que criar e recriar a cada dia! Hoje resolvi fazer bolo de laranja, uma receita bem simples, mas que melhora qualquer dia, a casa está cheirando a bolo quente. Essa receita é da Dona Rosa e está no livro “Celeiro Culinaria”, minha professora predileta! Bom apetite e passem bem o dia. Bolo de laranja Ingredientes: 200g de manteiga 2 xícaras de açúcar branco 3 xícaras de farinha de trigo 4 ovos 1 pitada de sal 1 xícara de caldo de laranja 1 colher de sopa de baunilha 1 colher de sopa de pó Royal Modo de preparo: 1. Bater a manteiga com o açúcar até ficar fofo. 2. Adicionar os ovos, um a um mais a baunilha, batendo. 3. Adicionar os ingredientes secos (peneirados três vezes, ou mexer bem com a espátula) alternado com a laranja, terminado com os secos, até obter uma massa lisa. 4. Assar em tabuleiro untado e polvilhado. Forno de 200°C por 30 a 40 minutos.